domingo, 17 de junho de 2012

jacques derrida - Marcel Proust










Jacques Derrida A Escritura e a Diferença



ELSA CARAVANA GUELMAN
Jacques Derrida, analisando Marcel Proust, afiança que “ a exigência estrutural era constante e consciente, a qual se manifesta por maravilhas de simetria (nem verdadeira nem falsa), de recorrência, de circularidade, de esclarecimento retrospectivo, de sobreposição, sem adequação, do primeiro ao último, etc. A implicação do fim no início, as estranhas relações entre o sujeito que escreve o livro e o sujeito do livro, entre a consciência do narrador e a do herói, tudo isso lembra o estilo do devir e a dialética do “nós” na Phénoménologie de l´esprit. Derrida cita o comentário de Rousset sobre Proust: “Discernimos ainda outras razões para a importância dada por Proust a essa forma circular de um romance cujo fim se fecha na abertura.” (...) “O fim do livro torna possível e compreensível a existência do livro. Este romance está concebido de tal maneira que o seu fim gera o seu início.”
Derrida considera que a observação de Proust de que “O último capítulo do último volume foi escrito logo após o primeiro capítulo do primeiro volume. Tudo o que está entre os dois foi escrito depois” caracteriza um pré-formismo praticado (doutrina biológica segundo a qual a totalidade dos caracteres hereditários estaria contida no germe, em ato e com dimensões reduzidas que já respeitariam contudo as formas e as proporções do futuro adulto), ligando-se ao geometrismo e à estrutura. Para Rousset,” Proust coloca numa das entradas do seu romance um pequeno espelho convexo que o reflete em miniatura”.
Assim a estética de Proust, sob o prisma da análise feita, concorda com a de Rousset e mostra afinidade no tema da "monotonia estrutural".

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