quinta-feira, 22 de março de 2012



Foto :tourismesuisse.com

VIAGEM À EUROPA 1998 ( 6.5.98 a 7.5.98) - ALPES - 3ª. Parte.
 (Elsa Caravana Guelman e Izidoro Soler Guelman, Leila de Fátima Caravana Ávila e Ary Lima Filho).

Rumamos para SAANENLAND com destino a GSTAAD. A paisagem e a arquitetura diferiam dos alpes Berner Oberland. As construções se aproximavam das construções alemãs. Passamos por SAANEN ao entrarmos na estrada de GSTAAD e nos chamou a atenção suas belas e homogêneas casas bem unidas.
Em GSTAAD apreciamos o centro da elegância e do turismo internacional da região de Saanenland. É um lugar que tem fama e prestígio no mundo inteiro, com suas vitrines e mansões imponentes. É o centro dos acontecimentos e das novidades para atrair os grandes nomes em evidência. Não é um lugar para refúgio e nem é um recanto acolhedor, mas sim é algo que se abre para receber o mundano, mas um mundano com muito dinheiro. Seu traçado arquitetônico é sóbrio, seguro e homogêneo. Não era época de visitas. Os desfiles pessoais e de modas surgem no verão ou no verdadeiro inverno. As fotos e a filmagem souberam captar a magia suntuosa local.
Com o prosseguimento da viagem, agora na estrada do Grande São Bernardo, chegamos à MARTIGNY para almoço e breve visita local. Na época romana, a estrada foi um ponto de passagem para o estrangeiro. Por ela, pode-se ir para a Itália, em direção à AOSTA, pelo tunel ou col do Grande São Bernardo. Para a França, em direção a Chamonix, pelo Col Montets. Logo percebemos que suas árvores, nas praças e ao longo da rua, de um feitio escuro, sem folhas, lembravam verdadeiras garras secas, pontudas, como se mortas estivessem. Mas não estavam mortas, apenas aguardavam a chegada do verão para o seu rejuvenescimento. Por enquanto nem o vento, com sua rajada, conseguia balança-las, de tão eretas. Após um rápido passeio, procuramos onde almoçar. Encontramos aberta uma cantina. Almoçamos uma pizza, igual a tantas pizzas, que foi servida por uma portuguesa. Foi uma gentileza, até, pois já estavam fechando, tendo em vista que o horário do almoço há muito se fora.
A última cidade da estrada chamava-se BOURG ST.PIERRE e ficava no Vale do ENTREMONT. Entramos e demos uma ligeira volta de carro na cidade velha, que se avistava num vale, abaixo da rota do Grande São Bernardo. Havia um silêncio como se todo mundo dormisse, Os telhados, de pedras escamosas, como se de peixes fossem, não diferiam da cor das casas. Tudo era cinzento. Nenhuma janela se abriu para nós. Nem sequer um barulho ouvimos, por menor que fosse. Não percebemos nenhuma loja ou comércio. Só construções com portas e janelas cerradas. Era, contudo, um povoado bem conservado, limpo.

(A cidade me atraiu pela sua feição característica, sem artifício. Por que tanto isolamento ? Não se tratava de uma estação de ski, que nessa época do ano, longe do verdadeiro gelo, ficam isoladas, sem vida, às vezes. Não era o caso de Bourg St. Pierre. Os folhetos turísticos dizem que há escondidos em suas casas e ruelas muitas coisas que ignoramos. Sim, dava para ver Era um diminuto recanto que, contudo, carregava muita história em seu passado . E sua história está associada a HANNIBAL e seus elefantes como também a NAPOLEÀO BONAPARTE, servindo-lhes de refúgio. A igreja de pedra, no final do povoado, exibe um sino do século XII em estilo romano. Tanto na parte velha, abaixo, como na estrada, acima, existem hotéis. Com relação ao povoado há um fato curioso. Em 1889 ali foi fundado um jardim botânico por Henry Correvon, considerado o pai dos jardins alpinos, contendo 2.500 espécies de plantas. A iniciativa visava o estudo e algumas experiências sobre a flora alpina e atraiu para o local jovens estudantes de botânica até 1950. Hoje em dia, o jardim pode ser visitado de junho a setembro, mas sem a grandeza do passado. Como fica no cume, pelo menos, permite que seja admirado o campanário romano e suas sustentações militares.)

A nossa travessia, pois, se deu pelo Tunel São Bernardo, que liga a Suiça à Itália, para AOSTA, no vale de de AOSTA. O Col só é utilizado nos períodos de junho a setembro. Fora dessa época é fechado ao público. Pelo tunel deixamos de conhecer o HOSPICE do Grand ST. BERNARD, construído sobre o col, entre CHENALETTE( 2889m) e MONT-MOR (2886m). Seus habitantes são os monges da Ordem Do Grand-St-Bernard. Eles acolhem turistas nos esportes de inverno e no passado acolhiam os mercadores, que ali faziam etapas para concluir sua jornadas. Há um canil onde se pode conhecer os famosos cães da raça São Bernardo.A função dos cães era a de salvar os peregrinos nas avalanches que ficavam perdidos ou eram arrastados pela neve.
Assim terminamos nossa viagem à Suiça e estávamos caminhando para a Itália, onde pernoitaríamos para o prosseguimento da viagem aos alpes franceses.
Chegamos à noite em AOSTA. O Hotel Bus nos aguardava.
A região conhecida outrora como Augusta Praetoria, fundada pelos romanos, que se chama atualmente AOSTA, fica num vale fértil. É ainda mais favorecida pela abertura dos túneis transalpinos, um que a liga a Chamonix (França) e outro que a liga ao Grande São Bernardo (Suiça). Existe, além da estrada do Grande São Bernardo, que passa em cima do túnel, a estrada do Pequeno São Bernardo, que termina nos alpes franceses, na altura de Seez, nas proximidades de Bourg - St- Maurice, no arrondissement de ALBERTVILLE do Departamento de SAVOIE (capital: Chambéry). O vale de Aosta foi reinvidicado pela França em 1945, permanecendo território italiano até 1948 quando se tornou uma região autônoma.
Ficamos no centro histórico da cidade entre ruelas, becos e casas medievais. Tinha-se a sensação de estar vivendo um dia no passado. Da janela do hotel foi feita uma filmagem dos telhados das casas. Eram telhas de pedras, de cor cinza, escamosas como as de Bourg. St. Pierre. Pela manhã, fizemos uma breve visita à cidade em busca de monumentos históricos. Na saída, paramos em Courmayeur, ainda no vale de Aosta. Muitas fotos foram tiradas. Notamos que toda arquitetura do vale obedecia às características da região : os escamosos telhados de pedra saltavam aos nossos olhos já um tanto anestesiados pela sua persistência.
7.5.98: Saímos de Aosta com destino a Chamonix.
Entramos na França pelo túnel du Mont Blanc. Estávamos penetrando na Região dos Grandes Alpes do Norte. Chegada a CHAMONIX, arrondissement de Bonneville, que é arrondissement do Departamento de HAUTE-SAVOIE (capital ANNECY). A França é dividida em Regiões, as regiões em Departamentos e os Departamentos em Arrondissements.
Chamonix é o berço do ski e do alpinismo. Seu vale é delimitado pela cadeia do Mont-Blanc (4.807m) e pela cadeia de Agulhas Vermelhas. É o mais alto cume da Europa. Os dois casais se dividiram: um deles preferiu conhecer o Mer de Glace, onde, na certa, apreciaram um dos mais belos cenários do gelo: um imenso mar; o outro preferiu conhecer a cidade charmosa, cosmopolita e pitoresca que é Chamonix, com suas praças, seus prédios, seus chalés floridos, suas lojas, hotéis e restaurantes. Um primor de lugar! A gente a deixou porque foi preciso, já que a viagem tinha de continuar e ainda mal entrávamos na França.

( Finalmente, em Chamonix para conhecê-la. Que dificuldade em vê-la como cidade charmosa, chic e alegre que é. O farto material de propaganda que recebi do Turismo não exibe as praças e as ruas de Chamonix. Só cuidam do alpinismo e todo mundo deve imaginá-la alpina como se estivesse no alto da montanha pronta para empurrar os alpinistas em direção ao vale. Realmente, Chamonix tem tudo isso, mas também é uma cidade pequena e linda, capaz de seduzir qualquer turista, mesmo os que não são alpinistas e buscam uma vivência bucólica nos Alpes. Foi por isso que abusei das filmagens e das fotografias. A sua parte urbana foi meu alvo preferido, enquanto Ary e Leila estavam mergulhados no seu “mer de glace” infinitamente acima da minha máquina.)
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